sábado, 25 de abril de 2009

Final Crisis - a 3.ª leitura

E já vão 3! Acalentava uma secreta esperança de que a Final Crisis, que número após número apenas me ia desapontando mais, me demonstrasse estar errado e que uma leitura atenta e seguida dos #1 a 7 desta saga me desvendasse o segredo desta série e me proporcionasse o mesmo grau de excitação que tanta gente aparentemente sentiu ao lê-la. Mas não.
Com uma grande dose de boa vontade, até ao #6 a história ainda consegue ter algum sentido e continuidade. Mesmo assim, continuo a achar que muita coisa se passa fora da série e que deve ser mesmo necessário ler os inúmeros spin-offs que foram surgindo para compreender muito do que é referido na Final Crisis. Até se até ao #6 é assim, o #7 é mesmo indescrítivel. Nada parece estar relacionado com os números anteriores, de tal forma tudo mudou; parece que entre o #6 e o #7 devia ter havido vários episódios que simplesmente foram saltados.

Conclusão: mantém-se a minha impressão de que esta saga foi uma perda de tempo e dinheiro. Nada de novo ao Universo DC se trouxe e, passada a Crise, nos restantes títulos parece tudo manter-se na mesma, praticamente sem referências a essa saga propagandeada como a saga cósmica que era "o dia em que o mal vencia!".

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Flash = Wally West

Parece que o Barry Allen, o Flash da Silver Age está de volta após mais de 20 anos de ausência.
No entanto, para mim Flash há-de ser sempre igual a Wally West, porque foi o que sempre conheci desde que, há já mais de uma década, me liguei a
o maravilhoso mundo da DC.
Recuso-me a acompanhar a mini-série em que o Barry Allen está a ser restabelecido (ressuscitado!) e dou por terminado o acompanhamento mensal que fazia da revista do velocista escarlate, não só porque sinto esta substituição como uma traição a mim, mas também como uma desconsideração pelo homem por detrás da máscara do Flash. E assim será pelo menos até saber que protagonismo irá ser dado ao Wally daqui para a frente.
Não foi, por isso, com espanto que dei por mim hoje a comprar um TPB de um arco antigo do Flash, concretamente da fase do Grant Morrison: o Flash: Emergency Stop. Se destituem o Wally do lugar que nos últimos 20 anos provou merecer e ocupar na perfeição e se querem com isso impedir-me de ler as aventuras com o Flash da minha predilecção, então julgo que o melhor que posso fazer é dedicar-me a coleccionar e a ler as histórias que estão para trás na carreira do Wally e que eu não pude acompanhar. Manifesto aqui a minha intenção de completar o mais possível a colecção do Flash Wally West que durou até ao #247 através da compra dos arcos já editados em TPB.
É uma forma de o homenagear.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Comic books vs TPBs

Desde que deixei de acompanhar as minhas personagens preferidas apenas em TPBs e regressei às assinaturas de comic books, que me debato com vários dilemas.
Um deles, o que suscita hoje este desabafo, prende-se com a forma de ler as histórias. Como ler um arco? Ler número a número da revista, cada parte da história à medida que ela vai saindo? Ou esperar que todos as partes de dado arco tenham sido publicadas e só então ler todos números de enfiada?
Não sei qual o costume que predomina. Sei de pessoas que optam pela segunda alternativa; eu normalmente vou acompanhando as histórias mês a mês.
Contudo, como me apercebi de um dos principais defeitos desta opção - já não me lembrar do episódio anterior quando chega o novo -, experimentei a segunda alternativa.
Recebi ao mesmo tempo os JSA #23 e 24 e, faltando apenas o JSA #25 pensei: "vou aguardar um mês e depois leio a história completa de uma assentada". Mas a experiência não correu bem. Comecei a sentir saudades das personagens (sim, eu sinto saudades das personagens, por estranho que possa parecer!) e não resisti a ler as duas partes que já tinha.
E resolvi fazê-lo também porque comecei a matutar nesta questão e a pensar que esperar até ter um arco completo para poder ler os comics era muito parecido com esperar pelos trades (ou pelos hardcovers). E como foi por não querer esperar pelos trades e para poder acompanhar o desenvolvimento das histórias mensalmente que tinha decidido voltar a coleccionar comic books em detrimento dos trades, achei que não fazia sentido ter ali os comics parados à espera que eu os lesse. Cedi ao seu apelo e li-os.
Se me arrisco a voltar a sentir que quando leio um novo número já não me recordo bem do que está para trás? Arrisco, sim senhor. Mas a piada também está aí, uma vez que depois dessa experiência, posso saborear os mesmos comics de uma forma diferente relendo toda a história de fio a pavio. Os comics tornam-se, assim, ainda mais parecidos com séries de tv: os episódios são vistos espaçadamente e nem sempre nos lembramos do que aconteceu antes; mas no fim temos a oportunidade de reler todo o arco, como quem vê uma temporada de uma série depois de editada em DVD!

domingo, 12 de abril de 2009

Não se pode dizer que o balão de fala tenha tido muita atenção nos últimos tempos, ao contrário da ideia que esteve na sua génese. Mas tal não significa que tenha andado parado nas minhas leituras. Aliás, diria mesmo que tenho lido mais nos últimos tempos do que é normal.
Este fim-de-semana pascoal, por exemplo, prestou-se a fazer muitas leituras. Concretamente, 3 TPBs: X-Men: Emperor Vulcan, X-Men: Golgotha e JSA: Fair Play.
Apenas o Golgotha foi uma releitura e, como sempre que se relê um arco, fica-se com uma noção mais clara da sua qualidade (para o bem ou para o mal). Se reler arcos da autoria do Chris Claremont redunda invariavelmente em decepções, neste caso o argumentista Peter Milligan continua a agradar. Não será a melhor história dos X-Men, mas está num bom nível por várias razões: porque consegue tornar o Havok uma personagem muito interessante (o que frequentemente não acontece); porque torna credível e suportável a relação entre ele e a Polaris; e porque vai buscar a participação da Emma Frost (sim, sempre a Emma Frost...).

Mas a melhor leitura desta leva foi, sem dúvida, o JSA. Trata-se do 4.º volume dos TPBs que compilam toda a série que antecedeu a actual Justice Society of America e o primeiro da exclusiva autoria de Geoff Johns, este senhor de quem já não espero senão história óptimas.
É diferente ler um conjunto de histórias de um ponto recuado na cronologia desta equipa de super-heróis e sabe muito bem. Não se tem a urgência de ler a coisa mal ela está a acontecer na cronologia mais alargada do Universo DC; lê-se a história por ela mesma, pelo prazer de testemunhar o crescimento e desenvolvimento de certas personagens, mesmo quando já se sabe no que se tornaram ou por que outras aventuras passaram desde então para cá (por as acompanharmos no presente).

Valeu a pena, como acreditava, a compra de um volume de histórias antigas (pode ser um exagero, visto tratarem-se de histórias de 2001 e 2002, mas isso também é relativo) e estou decidido a completar a minha colecção de TPBs de JSA.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Batman # 684 e Detective Comics #851: Last days of Gotham

Denny O' Neil é considerado, no universo de apreciadores de Batman, um mestre das histórias do cavaleiro das trevas e, porventura, com justiça. A história Last Days of Gotham, apresentada nestes dois números foi o meu primeiro contacto com a sua escrita e, neste momento, inclino-me a concordar com a opinião generalizada. A primeira história do Batman sem o Batman, após o que quer que lhe tenha acontecido na Final Crisis (que ainda não li), foi tão ou mais rica como algumas das suas histórias onde ele esteve presente.
Não foi preciso mais do que uma narrativa "simples" e dois intervenientes fundamentais: Nightwing e Millicent Mayne.
A história é contada de forma linear, sem voltas e reviravoltas que às
vezes só confundem.
Quanto aos protagonistas, Nightwing é apresentado como o substituto natural a quem recorrer na falta do seu mentor e, nesse processo, revela-se a importância que o Batman tem para a definição do Nightwing e evidencia-se também por que razão não pode ser ele assumir o manto do morcego - Nightwing é uma personagem distinta do Batman, nasceu deste mas desenvolveu-se e afirmou-se num caminho próprio; tem aspectos que, sendo fortes para o Nightwing, para o Batman seriam fragilidades.
Millicent Mayne é, e espero que se confirme em breve numa mini-série já anunciada, uma extraordinária adição ao universo de Gotham - uma personagem humana que personifica a própria cidade de Gotham, as suas dores e tristezas, alegrias e conquistas, tem tanto de místico como de comovente e imenso potencial para as histórias do "batuniverso".
Na arte, Guillem March f
oi outra agradável descoberta. Não conhecia nenhum trabalho seu, mas correspondeu muito bem com o que considero ser um estilo gráfico apropriado às histórias do Batman. Espero que tenha também agradado às altas figuras da DC e que tenha oportunidade de mostrar o seu talento nestes títulos mais vezes.

domingo, 4 de janeiro de 2009

JLA #27 e o regresso de personagens desaparecidas

Entre um panorama desolador de histórias ensossas que Dwayne McDuffie nos tem trazido, eis que o número 27 me surpreendeu com uma história de fazer aguardar com expectativa a próxima edição. O regresso das personagens do Universo Milestone prometia e, nesta primeira parte, não desiludiu, mesmo apesar de as personagens em questão serem apresentadas de forma algo dúbia aos leitores que, muitos deles, não os conhecerão muito bem (e é o meu caso). Não se percebe bem de que lado se encontram, mas haverá oportunidade para clarificar tudo isso na próxima edição, com certeza.
Até agora, no entanto, o que considero o melhor deste número é o regresso da Dr. Light, mais uma personagem dos anos 80 a ser recuperada neste final da primeira década do século XXI. O revivalismo que se tem vindo a fazer sentir não me desagrada, especialmente quando se trazem de volta personagens que nos últimos anos têm andado praticamente desaparecidas e que eu conheci apenas de forma muito superficial no meu primeiro contacto com os comics americanos já lá vai uma dúzia de anos, ainda por via das revistas da Abril. A Dr. Light é por isso um regresso refrescante: uma oportunidade de rever uma personagem com quem simpatizei mas que não tive oportunidade de conhecer muito bem, agora à luz das histórias mais negras e psicológicas que caracterizam os Comics dos nossos tempos e não das histórias ingénuas e até simplórias dos anos 80.