segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Batman # 684 e Detective Comics #851: Last days of Gotham

Denny O' Neil é considerado, no universo de apreciadores de Batman, um mestre das histórias do cavaleiro das trevas e, porventura, com justiça. A história Last Days of Gotham, apresentada nestes dois números foi o meu primeiro contacto com a sua escrita e, neste momento, inclino-me a concordar com a opinião generalizada. A primeira história do Batman sem o Batman, após o que quer que lhe tenha acontecido na Final Crisis (que ainda não li), foi tão ou mais rica como algumas das suas histórias onde ele esteve presente.
Não foi preciso mais do que uma narrativa "simples" e dois intervenientes fundamentais: Nightwing e Millicent Mayne.
A história é contada de forma linear, sem voltas e reviravoltas que às
vezes só confundem.
Quanto aos protagonistas, Nightwing é apresentado como o substituto natural a quem recorrer na falta do seu mentor e, nesse processo, revela-se a importância que o Batman tem para a definição do Nightwing e evidencia-se também por que razão não pode ser ele assumir o manto do morcego - Nightwing é uma personagem distinta do Batman, nasceu deste mas desenvolveu-se e afirmou-se num caminho próprio; tem aspectos que, sendo fortes para o Nightwing, para o Batman seriam fragilidades.
Millicent Mayne é, e espero que se confirme em breve numa mini-série já anunciada, uma extraordinária adição ao universo de Gotham - uma personagem humana que personifica a própria cidade de Gotham, as suas dores e tristezas, alegrias e conquistas, tem tanto de místico como de comovente e imenso potencial para as histórias do "batuniverso".
Na arte, Guillem March f
oi outra agradável descoberta. Não conhecia nenhum trabalho seu, mas correspondeu muito bem com o que considero ser um estilo gráfico apropriado às histórias do Batman. Espero que tenha também agradado às altas figuras da DC e que tenha oportunidade de mostrar o seu talento nestes títulos mais vezes.

domingo, 4 de janeiro de 2009

JLA #27 e o regresso de personagens desaparecidas

Entre um panorama desolador de histórias ensossas que Dwayne McDuffie nos tem trazido, eis que o número 27 me surpreendeu com uma história de fazer aguardar com expectativa a próxima edição. O regresso das personagens do Universo Milestone prometia e, nesta primeira parte, não desiludiu, mesmo apesar de as personagens em questão serem apresentadas de forma algo dúbia aos leitores que, muitos deles, não os conhecerão muito bem (e é o meu caso). Não se percebe bem de que lado se encontram, mas haverá oportunidade para clarificar tudo isso na próxima edição, com certeza.
Até agora, no entanto, o que considero o melhor deste número é o regresso da Dr. Light, mais uma personagem dos anos 80 a ser recuperada neste final da primeira década do século XXI. O revivalismo que se tem vindo a fazer sentir não me desagrada, especialmente quando se trazem de volta personagens que nos últimos anos têm andado praticamente desaparecidas e que eu conheci apenas de forma muito superficial no meu primeiro contacto com os comics americanos já lá vai uma dúzia de anos, ainda por via das revistas da Abril. A Dr. Light é por isso um regresso refrescante: uma oportunidade de rever uma personagem com quem simpatizei mas que não tive oportunidade de conhecer muito bem, agora à luz das histórias mais negras e psicológicas que caracterizam os Comics dos nossos tempos e não das histórias ingénuas e até simplórias dos anos 80.