quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

A arte de Damion Scott em DC Special presents: Raven.

A leitura desta mini-série parecia estar comprometida, uma vez que, depois de ter lido um #1 que apresentou uma arte que desiludiu bastante, o #2 falhou a entrega. Ao fim de longo meses, a espera foi recompensada: o #2 apareceu finalmente e com ele a possibilidade de ler o resto da série (#2-5) de uma assentada só. E digo que valeu a pena, na medida em que, ao nível do argumento, Marv Wolfman - que porventura conhece a Raven melhor do que ninguém (já que a criou) - produziu uma história tipo "high school" (devido ao novo status quo da Raven), mas que apresenta a Raven no tom soturno e angustiado que sempre associei a esta personagem (e que outros argumentistas nem sempre atingem).

O que desde o início tinha deixado a desejar era a arte de Damion Scott e parece-me que, para conseguir apreciá-la minimamente, só mesmo lendo a série toda de seguida. Só assim tive tempo para me habituar ao seu registo excessivamente "cartoony". Não que esse tipo de registo seja mau, uma vez que há outros artistas que trabalham mais afastados do registo realista com assinalável sucesso (estou a pensar em Karl Kerschl, por exemplo). Mas o estilo de Damion Scott, neste trabalho, peca por ser demasiado caótico (as personagens chegam a parecer distorcidas) e por ter não conseguir representar muito bem a profundidade, o que torna as cenas muito "espalmadas" e caóticas e, até que nos habituemos à sua arte, acrescenta dificuldade em compreender a própria história.
No entanto, tomada em consideração a dimensão psicológica de toda a história (com várias cenas passadas no plano psíquico) e da Raven (os seus poderes são de natureza empática), acabei por achar que o estilo do desenhador se adequa
bastante e, no fim de ler a mini-série toda, a impressão negativa inicial não se mantinha: é diferente, não necessariamente má.
Dito isto, ressalvar que a arte de Damion Scott nesta mini continua a não se posicionar muito bem na minha escala pessoal de qualidade - um 4 em 10.

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